Filtro de partículas: o que é e para que serve?

Desde há uns anos que passou a ser um componente essencial num automóvel movido a gasóleo. Saiba o que é o filtro de partículas e para que serve.

Em setembro de 2017, a União Europeia impôs novas regras para avaliação das emissões nocivas dos motores a gasolina, obrigando à adopção de novos componentes para travar as emissões, como são os filtros de partículas, obrigatórios nos motores a gasóleo desde 2009, ano em que entrou em vigor a norma europeia antipoluição Euro 5.

O filtro de partículas é um componente que está instalado no sistema de escape, com a principal função de reter partículas e resíduos, para que não sejam libertadas para a atmosfera. Nos motores a gasóleo, o filtro de partículas em boas condições pode remover até 80% das partículas do escape, reduzindo a pique o nível de emissões nocivas.

Não tenha medo de puxar pelo carro. O filtro de partículas agradece.

Quando ouve falar da importância de ocasionalmente “esticar” o seu carro, para que possa aproveitar todas as potencialidades da mecânica, o mesmo acontece com componentes como o filtro de partículas. Automóveis rotinados na lufa-lufa diária nas grandes cidades, conduzidos quase sempre no lento pára-arranca do trajecto de todos os dias casa-trabalho-trabalho-casa, necessitam de ser levados de vez em quando para a autoestrada. Acontece que, este componente tem ainda a função de eliminar todo o tipo de resíduos ali retidos, numa operação cíclica e automática, que consiste basicamente no processo de incineração das partículas que se foram acumulando naquela espécie de malha ou rede que se encontra no interior do filtro. Mas, o processo automático de limpeza só se inicia a partir de uma certa temperatura, que é elevada. Não tenha medo, puxe por ele!

Resumindo, para que um filtro de partículas mantenha o nível de eficiência ótimo, tem de ser limpo com regularidade, primeiro através de uma regeneração passiva, fenómeno que acontece em trajetos longos e a velocidades mais altas, uma vez que, para uma boa regeneração, o filtro de partículas tem que atingir temperaturas elevadas. Sempre que não se atinja esta temperatura, o processo pode ocorrer com falhas, existindo inclusivamente o perigo de solidificação das pequenas matérias, obstruindo o componente e fazendo que o veículo possa apresentar um funcionamento irregular.

Como os filtros têm uma capacidade máxima, quando atingem o limite de "sujidade" previsto (nunca mais de 50%), a eletrónica do automóvel tem um modo de segurança que ao entrar em ação força aquilo a que chamamos de uma regeneração ativa, que acontece quando a temperatura dos gases de escape não é suficiente para que a regeneração passiva seja iniciada. Nestas situações, a unidade de comando do veículo aciona a pós-injeção de combustível, que eleva a temperatura dos gases de escape, forçando o processo de queima de impurezas. Pode perceber que o automóvel está em processo de regeneração ativa se notar os ventiladores de arrefecimento em funcionamento, um aumento do regime do motor ao ralenti, pela desativação automática do sistema Start/Stop, a existência de um cheiro estranho vindo do escape ou mesmo pela alteração do ruído do motor.

Limpar o filtro de partículas para não ter de o trocar

Se ignorar a luz de aviso no painel de instrumentos, continuar a circular com o veículo num ritmo relativamente lento, usando o sistema start/stop no pára-arranca da cidade, é natural que a fuligem continue a acumular-se no filtro até cerca de 75%, altura em que outros avisos vão acender-se no painel de bordo... E prepare-se para entrar em despesas!

A limpeza dos filtros de partículas também é necessária como parte da manutenção periódica, idealmente a cada 100 mil quilómetros, e deve ser feita com cuidado para não danificar a peça, por profissionais, que lhe vão cobrar entre 100 e 150€. Não sendo uma operação barata, sempre fica mais em conta do que a substituição, já que instalar um filtro de partículas novo pode custar mais de 1500€.

 

Fonte: Sapo

 

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